“No dia de S.Martinho, come-se castanhas e bebe-se vinho!” E será que sabe que vinho beber?

Celebrado a 11 de novembro em vários países do Mundo, o dia de S.Martinho é tradicionalmente passado ao redor de uma fogueira onde se assam castanhas e bebe vinho.

A tradição dos magustos é muito antiga e a abundância de castanhas e “vinho novo” ajudou a enraizar esta antiga tradição. Desde água-pé a vinhos doces são várias as combinações tradicionais. Mas, vamos ver se todas funcionam e porquê.

Água-Pé
É uma bebida alcoólica tradicional portuguesa obtida a partir da adição de água ao bagaço de uva e aguardente. O seu teor de álcool é mais reduzido pois há menos açúcar para ser transformado em etanol. Raramente é vendida. Geralmente é uma bebida caseira feita pelos produtores para ser oferecida aos empregados, celebrando o fim das vindimas e coincidindo com a altura dos magustos. Chamada de “vinho dos pobres” ou ainda de “champagne dos pobres” dado que, por vezes, tem uma ligeira efervescência, é feita por todo o país, mas tem grande tradição na Beira Alta, Beira Baixa e Trás-os-Montes.

As castanhas são ricas em hidratos de carbono, têm alto teor de fibras, vitamina C, vitamina B6, tiamina e ácido fólico, minerais como potássio, fósforo e magnésio e, pouca gordura.

Quando assadas com a casca são ligeiramente tânicas e ficam bem com vinhos tintos simples, que limpam o palato sem se sobreporem ao sabor delicado e complexo das castanhas. A água-pé tem a simplicidade requerida, é despretensiosa e tem um teor de álcool mais reduzido o que faz desta bebida tradicional uma ótima combinação para acompanhar um magusto. E, se quer cumprir á risca os costumes desta antiga tradição tem de a beber por uma malga de barro.

Vinho Novo
O povo diz “no dia de S.Martinho vai á adega e prova o vinho”. Este ditado popular reflete a tradição portuguesa de, nesse dia, se provar o vinho feito no final de setembro ou início de outubro. Este antigo costume ocorre um pouco por todas as regiões vinícolas, mas está muito associado á abertura das talhas no Alentejo. É na região alentejana que a vinificação em talha (ânforas de barro) tem grande tradição. E é no dia 11 de novembro que as talhas são abertas e o vinho dado a provar a todos.

A combinação da castanha com o vinho novo está intimamente ligada á região e às suas tradições ancestrais. São dois produtos sazonais por isso consomem-se em conjunto. A acidez destes vinhos ajuda a limpar o palato e ao mesmo tempo são pouco complexos dada a sua juventude.

Se participar num destes eventos regionais é impossível não gostar. Mas, se não tiver oportunidade, não desanime, combinar castanhas com vinhos doces é extremamente apreciado. A acidez presente nos vinhos doces limpa o palato e ao mesmo tempo vai complementar o sabor doce e rico das castanhas.

Jeropiga
É uma bebida licorosa tradicional portuguesa que remonta ao século XVIII e que se obtém a partir da adição de aguardente vínica ao mosto de uva antes da fermentação. A bebida resultante é doce pois os açúcares não são todos transformados em etanol. O seu teor alcoólico não pode ser inferior a 15% e não pode exceder os 22%.

Abafado
O vinho Abafado, também designado de Abafadinho é um vinho licoroso tradicional português obtido de mosto de uva adicionado de aguardente vínica no decurso da fermentação, em quantidade tal que esta não possa persistir. O seu teor alcoólico situa-se entre os 15% e os 22%.

Moscatel
É um vinho fortificado obtido a partir da adição de aguardente vínica ao mosto para parar a fermentação. Tem inúmeras variantes pelo mundo fora. Em Portugal existem dois famosos vinhos Moscatel:  Moscatel de Setúbal, e Moscatel do Douro. A graduação alcoólica média destes vinhos situa-se entre os 17˚-18˚.

A designação “Moscatel de Setúbal" ou "Moscatel Roxo" (designação de uma variante do Moscatel de Setúbal) só pode ser usada quando estas castas contribuam com, pelo menos 85% do mosto utilizado. Depois da fermentação ser interrompida é deixado a macerar com as películas por um período de três meses ou mais antes de envelhecer em barricas de madeira por um período de pelo menos 18 meses. Estes refinados vinhos licorosos têm aromas florais exóticos, com toques de mel, tâmaras e laranja, entre outros. Quanto maior o envelhecimento em barrica mais valorizados e caros são.

O vinho licoroso Moscatel do Douro é produzido obrigatoriamente a partir da casta Moscatel Galego Branco. O seu nível de qualidade varia consoante o tempo de envelhecimento. Com aromas florais e cítricos, a damasco e manteiga, entre outros, adquire notas de frutos secos com o envelhecimento.

A tradição ainda nos ensina algo! E, com tantas opções não há como errar.

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