
No mundo dos vinhos a mineralidade é uma característica muito apreciada embora muito difícil de explicar. Está ligada ás características do solo e não propriamente ás castas utilizadas, embora na realidade não se saiba o que dá origem à mineralidade. Como a investigação ainda não conseguiu isolar os componentes que dão origem ao caráter mineral de alguns vinhos, não há uma definição oficial e consensual. Na verdade os elementos minerais propriamente ditos estão presentes nos vinhos em quantidades ínfimas por isso as teorias são muitas e é um tema de aceso debate. Não há duas explicações iguais, pelo contrário são inúmeros os entendimentos e possíveis interpretações.
Enquanto a ciência não der uma explicação cabal que seja utilizada por todos vamos considerar as descrições mais comumente utilizadas. Desta forma podemos dizer que a mineralidade é mais uma sensação do que um cheiro ou um sabor. É um descritor usado para algo que não se pode classificar como frutado, herbáceo ou floral. Imagine a sensação que teria na boca se lambesse uma pedra ou no amargor salino do mar ou ainda no cheiro da chuva a bater no pavimento quente de uma calçada. Isso tudo é tido como mineralidade. É uma sensação de frescura e acidez que apela a que de seguida se coma algo gordo.
Os vinhos minerais têm uma camada extra de complexidade. Caracterizam um vinho puro e elegante. Normalmente é uma característica associada a climas frios e a solos pedregosos recordando a sensação de um lugar. Giz, pedras molhadas ou ardósia são alguns elementos que podem ser evocados quando degustamos um vinho mineral.
Normalmente a mineralidade está associada a vinhos brancos secos e com acidez vibrante mas há tintos que podem ter essas características como é o caso dos vinhos da região de Priorat. Esta é uma característica mais proeminente nalgumas regiões do Velho Mundo ou se quisermos dos países Europeus.
Em Portugal as regiões vitivinícolas dos Açores e da Madeira, região da Bairrada, Dão e Vinho Verde produzem excelentes exemplares de vinhos com esta frescura vibrante que caracteriza os vinhos ditos minerais. No Mundo as regiões de Champagne, Chablis, Priorat, Bierzo ou os Riesling Alemães de Mosel e Rheingau e, os Riesling Austríacos de Wachau e Kremstal, são excelentes exemplos desta singular característica.
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