Vinhos de Colares

Colares é uma encantadora vila reclinada sobre duas colinas da Serra de Sintra e o Oceano Atlântico. As vinhas aqui existentes são cada vez mais reduzidas e as suas produções limitadas. É uma zona vínica sobrevivente e que poderá correr o risco de extinção por isso os seus vinhos são raros, apreciados e muito desejados.

História
A incrível história vitivinícola da Vila de Colares remonta aos tempos da Antiguidade. Um século antes da era cristã há registos que falavam dos vinhos da Lusitânia como um dos melhores da Europa. No reinado de D. Afonso III (1245-1279) para que o cultivo da vinha prosperasse doaram-se terras  a famílias nobres com a condição de praticarem o cultivo da vinha. O desenvolvimento dos vinhedos continuou, e no reinado de D. Fernando (1367-1383) foi feita a primeira exportação. Os vinhos de Colares foram ganhando fama e eram levados frequentemente ás mesas reais.

Em 1865 a filoxera devastou a grande maioria das vinhas portuguesa e da Europa, na maior praga que alguma vez existiu e veio a existir. No entanto, as vinhas de Colares permaneceram incólumes. Os terrenos arenosos onde são plantadas protegeram-nas na íntegra. Este minúsculo inseto, proveniente da América, não consegue penetrar até à profundidade das raízes destas vinhas que chegam a ter 8 metros. Esta profundidade também protege as vinhas dos fortes ventos marítimos, da brisa salgada e da humidade.

Em 1908 é reconhecida como região demarcada com um património único e raro em todo o mundo vitivinícola.

A área geográfica correspondente à Denominação de Origem "Colares" compreende as freguesias de Colares, São Martinho e São João das Lampas.

As vinhas que nascem na areia
As características únicas do vinho de Colares devem-se às suas castas, solos, clima e ao método ancestral e único do plantio das vinhas.

Clima
Situada entre a Serra de Sintra e o Cabo da Roca, o ponto mais ocidental do território português, sofre uma influência direta e muito forte do Oceano Atlântico e da Serra. O microclima que se forma caracteriza-se pela humidade, por frequentes nevoeiros e sobretudo pelos fortes ventos marítimos que obrigaram a que o cultivo das vinhas fosse diferente de tudo o que já vimos. Aqui, as vinhas são rasteiras ao chão para se abrigaram do vento.

Solo e Vinha
Existem duas sub-zonas: uma de “chão de areia”, na região das dunas, e outra de “chão rijo” composto por solos argilo-calcários.

Os vinhos DOC Colares são maioritariamente provenientes de vinhas plantadas em “chão de areia”. Ora, os solos de areia são extremamente pobres e não deixam entrar nutrientes mas, sob a areia solta da era terciária existe uma sub-camada argilosa do cretáceo, que em tempos idos se admite ter pertencido ao mar. Este facto levou a que as vinhas de Colares fossem plantadas utilizando um método único em todo o mundo vínico. São abertas trincheiras na areia até ser encontrada a camada de argila, e é aí que as vinhas de pé-franco são plantadas e onde fixam as suas raízes. Ao longo de 3 ou 4 anos a areia vai sendo reposta, juntamente com estrume, até que a vinha esteja preparada para a primeira vindima.

As vinhas crescem horizontalmente junto à areia, com braços de madeira velha onde crescem as varas. As uvas desenvolvem-se perto do solo onde têm mais exposição solar do que a que acontece com as vinhas tradicionais. Para as proteger dos fortes ventos marítimos e da salinidade são construídas paliçadas de canas secas e muros de pedra solta que os viticultores por vezes carregam das vinhas que possuem em “chão rijo”, dando lugar a uma paisagem vínica singular. Cerca de seis semanas antes de serem colhidas os viticultores colocam umas estacas para que a humidade não estrague as uvas. Por vezes para evitar os escaldões as uvas são cobertas por ervas secas. É uma viticultura artesanal que faz parte da herança vitivinícola de Portugal.

As castas autóctones de Colares
As suas castas autóctones, Ramisco e Malvasia de Colares, são determinantes para a identidade dos vinhos de Colares. Segundo a legislação em vigor, um DOC Colares Tinto  tem de ter pelo menos 80% da casta Ramisco e, para os DOC Colares Brancos, 80% de Malvasia de Colares.

Embora o estágio mínimo seja de 18 meses para os tintos e 6 meses para os brancos, seguidos de um período de envelhecimento em garrafa de 6 e 3 meses, respetivamente, os vinhos de Colares só atingem a sua máxima qualidade passados vários anos.

Os vinhos DOC Colares destacam-se pelo seu equilíbrio e um sabor complexo final nos quais existe a fusão perfeita dos taninos e da acidez que caracteriza esta região.

O vinho tinto da casta Ramisco apresenta uma cor entre rubi e granada, e uma adstringência que é suavizada com o envelhecimento, adquirindo uma bela tonalidade acastanhada e desenvolvendo um aroma extraordinário.

Os vinhos brancos da casta Malvasia de Colares têm uma cor entre citrina e palha dourado, um aroma bastante frutado, com sabor a fruta, que os torna extremamente agradáveis.

E, claro, não há nada como provar!

Ramisco de Colares

Malvasia de Colares

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