A magia das Vinhas Velhas

Vinhas Velhas é uma expressão que todos já vimos escrito nos rótulos de alguns vinhos. Mas, o que têm de especial as uvas provenientes de vinhas velhas? Porque é que esses vinhos são tão únicos e ás vezes mais caros?

A classificação de uma vinha velha nunca foi um tema consensual em Portugal pois só existe regulamentação legal na região vinícola do Douro. Em 2020 o IVDP (Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto) regulamentou a menção “Vinhas Velhas” que pode constar na rotulagem dos Vinhos DOP do Porto e Douro estabelecendo, entre outras exigências, que as vinhas devem ter mais de 40 anos para que os vinhos possam ter a menção de “Vinhas Velhas”. Isto leva a que existam várias definições, dependendo da região vinícola de que estamos a falar ou até do enólogo.

Nos países ou regiões onde a história vínica é recente, como é o caso da Nova Zelândia, uma vinha a partir dos 25 anos pode ser considerada velha. Já em França, por exemplo, em termos gerais, só a partir dos 50 anos de idade a vinha é considerada velha. No entanto há enólogos que têm a sua própria visão e comparam a vinha a um ser humano considerando, por exemplo, que uma vinha deve ser considerada velha a partir dos 60 anos ou até mais. Também os há com outro entendimento.

Como pode ver este tema é controverso e existem várias opiniões. Há no entanto uma certeza e um ponto em comum “velho” é bom no que toca a produzir um vinho de qualidade.

A região vinícola onde que se concentram as vinhas mais velhas do mundo é Barossa na Austrália, onde em 2009, foram classificadas por idade com o objetivo de que fossem preservadas e de que este património tão único fosse divulgado e promovido. Na realidade este é o único local onde de facto a idade das vinhas tem uma classificação. Em Barossa a partir dos 35 anos são consideradas “Vinhas Velhas”, a partir dos 75 anos são “Vinhas Sobreviventes”, a partir dos 100 anos são “Vinhas Centenárias” e com mais de 125 anos são “Vinhas Ancestrais”.

Apesar da classificação de uma vinha como “velha” ser um tema polémico antes de tudo há que entender como se processa  a vida de uma vinha.  Uma videira leva cerca de três anos até dar frutos e só a partir dos cerca de 8 anos é que está apta a produzir um vinho de qualidade. A partir dessa idade a vinha tem um sistema radicular e uma estrutura aérea vegetativa estável para que inicie a sua vida produtiva adulta.

Por volta dos 20 a 25 anos a vinha começa a ser menos produtiva mas as uvas concentram mais aromas. Será que neste estágio a vinha deve ser considerada velha? Essa é a grande questão que gera tantas opiniões diferentes. E, á medida que os anos vão avançando a videira vai produzindo cada vez menos mas dando uvas cada vez mais equilibradas e concentradas originando vinhos com mais aroma, mais sabor, mais elegância e mais complexidade.

As raízes das vinhas velhas são mais profundas pelo que a captação da água e dos nutrientes é feita na parte mais profunda do solo. Isto permite uma maior resistência ás oscilações climáticas. Aguentam melhor o calor e o stress hídrico e a maturação é mais uniforme e equilibrada do que numa videira jovem. Resistem melhor e sofrem menos.

De salientar que nem todas as vinhas velhas são boas pelo que a avaliação da sua saúde é um fator determinante. As agressões ambientais, o cuidado com que foram tratadas, o uso de químicos, entre outros fatores, vão ter grande influência na sua longevidade e qualidade produtiva. As castas também desempenham um fator importante pois há algumas mais longevas e resistentes do que outras.

É muito comum as vinhas velhas terem uma enorme variedade de castas, a maior parte das vezes desconhecidas. Nessa altura, as vinhas eram simplesmente plantadas sem os conhecimentos que hoje existem. O resultado é encontramos uma mistura de castas desconhecidas, muitas vezes tintas e brancas, que contribuem para a identidade única dos seus vinhos.

Apesar de não ser uma informação científica é do conhecimento adquirido que as a vinhas velhas atingem uma maturidade, equilíbrio, sabedoria e harmonia incríveis produzindo uvas de qualidade superior, muito especiais. Refletem a pureza do seu terroir e originam vinhos excecionais, de grande qualidade e identidade.

Como só experimentando podemos perceber a magia destas vinhas não perca tempo! Os vinhos que produzem são excecionais em aroma, elegância e complexidade.


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