
É uma casta autóctone Portuguesa e a sua origem foi reclamada por duas regiões vitivinícolas Douro e Dão mas os estudiosos indicam o Dão como sendo a sua região de origem mais provável. Historicamente foi outrora conhecida por outros nomes como Tourigo (Dão), Preta Mortágua (Dão e Bairrada), Mortágua (Dão) e Touriga Fina (Douro), entre outros. É uma casta com elevado potencial qualitativo e as referências ao seu cultivo surgem a partir do século XVIII. Já nessa altura era considerada uma casta nobre e, no final do século XIX, na região do Dão, chegou a representar 90% das castas cultivadas. Se a resistência ás doenças da vinha contribuía para a sua expansão em detrimento de outas castas, a filoxera veio dizimar toda a configuração vitivinícola existente. A replantação de vinhedos que foi levada a cabo não veio alterar o seu declínio. Nessa altura as práticas de viticultura adotadas não contribuíram para a sua recuperação e a diminuição da sua produtividade levou a que fosse preterida. Nos anos 80 chegou a representa, apenas 5% dos vinhedos na região do Dão, onde outrora foi a casta dominante. Na segunda metade do século XX, com técnicas de viticultura adequadas, o seu declínio e produtividade foram totalmente ultrapassados e, em cerca de 30 anos passou a ser considerada a casta rainha. Devido ao seu potencial qualitativo começa a se cultivada noutros países do Velho e do Novo Mundo como: Espanha, França, Austrália, Califórnia, Argentina e África do Sul.
Os vinhos Touriga Nacional têm uma cor granada intensa com tonalidades violeta quando jovens. Os aromas frutados com nuances florais são a sua mais reconhecida característica. Estão presentes aromas a fruta preta muito madura e a frutos silvestres, como amoras e mirtilo. Têm notas florais de violeta e nuances a rosmaninho, alfazema, esteva, menta e até alcaçuz e chocolate. Na boca são encorpados, intensos e complexos. Têm um excelente potencial de guarda e, quando envelhecidos em barrica, ganham um carácter aveludado e elegante adquirindo notas a baunilha e a especiarias.
Deixe um comentário Cancelar comentário