Haja Cortezia Alvarinho 2021

A Região Vitivinícola de Colares foi demarcada em 1908, sendo a segunda região demarcada mais antiga do país. Situada numa zona de dunas, no litoral do concelho de Sintra, entre a Serra e o Oceano Atlântico, desde o Cabo da Roca às aldeias de Assafora e Cortesia. A ligação de Colares ao vinho perde-se no tempo, mas há conhecimento que na altura da ocupação romana já se fazia vinho nesta região. Posteriormente, em 1230, o Rei D. Afonso III, entregava terras aos nobres na condição de implementarem o cultivo da vinha. A região de Colares ficou famosa nos finais do século XIX, mais precisamente em 1865, quando desabou sobre a viticultura mundial a sua maior ameaça, a filoxera.

Ao contrário do que sucedeu por toda a Europa, as vinhas da região de Colares resistiram a este minúsculo inseto, proveniente das Américas, o qual devastou a maioria das vinhas de toda a Europa. Em Colares, devido à profundidade das raízes, o inseto não se propagou como acontecia noutro tipo de solos.

Assim nasce a história dos vinhos Haja Cortezia, ligada à resiliência e à recuperação de vinhas e castas que se foram extinguindo ao longo dos anos.

A proximidade ao mar e as condições climatéricas adjacentes fazem com que todo o trabalho na vinha seja mais exigente, por outro lado são estes fatores que traçam a autenticidade do Terroir. Assim criamos o nosso slogan “Tradição e Alma à beira-mar”.

Os seus vinhos começam na terra, nas vinhas próprias e terminam nos vossos copos. Todos os vinhos são desenhados nas vinhas, o que designamos por “field blend” - vinhas antigas plantadas com mistura de diversas castas. Essa heterogeneidade atribuí valências e qualidades diferentes ao lote final com o objetivo de obter um vinho de qualidade superior. É desta forma que tentam honrar as tradições, manter a história do seu Terroir e ao mesmo tempo atribuir-lhe o cunho deste novo Mundo.

Nos últimos anos, para além das vinhas velhas que herdaram da sua família, mantiveram um pé nas suas raízes e plantaram Malvasia de Colares e Ramisco, em pé franco e em solos de areia. O outro pé está no futuro, seguindo a sua ambição e convicção, plantaram Alvarinho e Pinot Noir em solos argilo-calcários.

O desafio continua diariamente, nas vinhas, na adega e no enoturismo que estão a desenvolver. Deixando o convite para que venham conhecer os seus vinhos, vinhas e paixão pela terra à beira-mar.