Quando há cerca de 30 anos Ann e James Frost se mudaram para a quinta abandonada dos pais da Ann, onde ervas daninhas e promessas coabitavam em todos os seus recantos, não faziam ideia que isto se iria transformar no seu projeto de vida. Assim, em 1999, com uma atitude muito otimista por parte do James e alguma hesitação da parte de Ann, mergulharam na grande aventura de replantar as suas primeiras vinhas. Trabalho árduo, muita brincadeira, sorte de principiante, colheitas frustrantes e gratificantes tudo isto faz parte da vida de um produtor de vinho. Mas nada fez parar James que continua a dedicar-se com uma grande visão, carinho e uma ternura quase paternal tanto à vinha, como à adega.
História
Esta romântica Quinta, situada junto à Tapada de Mafra (antiga reserva de caça dos monarcas portugueses), remonta a 1633. Desde então, passou pelas mãos de muitos proprietários das mais diversas origens, mas todos eles com algo em comum: um fascínio por esta quinta inserida entre colinas na fértil região saloia, onde se cultivavam muitos dos bens que alimentavam a população de Lisboa. A beleza da Quinta deve-se ao legado deixado pelos seus inúmeros proprietários.
Produz-se vinho na Quinta de Sant’Ana desde que foi construída em 1630, mas na altura em que os pais de Ann, Gustav e Paula von Fürstenberg, a compraram em 1969, esta atividade já tinha tido melhores dias.
Para Ann foi o lugar mais paradisíaco para viverem em pequenos, crescendo lado a lado com vinhas intercaladas com árvores de fruto, batatas e alhos, tudo dividido em caóticos, mas românticos, mosaicos de diferentes culturas. A linda adega, que no seu apogeu produzia mais de 80 000 litros de vinho, estava praticamente parada. Os seus pais adotaram o estilo de vida campestre português, mas a produção de vinho de qualidade já estava na mira. Começaram por limpar a terra, instalar drenos e a preparar a terra para plantar a vinha.
Mas o destino estava contra eles, e no meio da incerteza política da “Revolução dos Cravos” de 1974 tiveram que voltar para a Alemanha, deixando a Quinta praticamente ao abandono durante quase 20 anos. O caseiro da Quinta continuou a viver aqui com a sua família, o vinho continuou a ser produzido da maneira tradicional, e a maior parte da vinha e a adega ficaram esquecidas. Embora viessem passar cá os verões, o projeto do vinho teve que esperar … e um dia, em 1992 Ann trouxe cá o James para visitar a Quinta. Ficaram logo entusiasmados com a ideia de retomarmos o projeto de renovação começado pelos pais de Ann antes da revolução. Participar na vindima naquele ano deu-lhes uma ideia sobre os métodos tradicionais de vinificação, usando equipamento antigo em que os resultados eram muitas vezes algo duvidosos!
Em 1999 decidiram fazer uma incursão no mundo vitícola e plantaram 2.4 hectares de vinha nova das castas Aragonês, Castelão e Fernão Pires. Não só conseguiram que o vinho caseiro se tornasse mais bebível, como conseguiram vender maior parte da uva. Foi só em 2004 que o projeto foi oficialmente lançado, quando David Booth, um amigo viticultor, os apresentou o jovem de 24 anos, António Maçanita, acabado de sair da universidade. Desde então António é o enólogo da Quinta de Sant’Ana.
Logo no início decidiram que se focariam na produção de vinhos da melhor qualidade possível e de que o vinho produzido seria para um determinado nicho do mercado, o dos apreciadores de vinhos complexos e variados. Foi então que decidiram plantar várias castas nacionais e internacionais. A sua experiência noutras zonas de Portugal, permitiu que António percebesse que tinha um clima único e fresco na Quinta de Sant’Ana, ideal para variedades como a Pinot Noir, Alvarinho e Riesling.
A partir de 2005 foram aumentando gradualmente a área de vinha, e em 2009 já tinham 10.5 hectares e uma oferta de 5 vinhos brancos e 4 tintos. O projeto estabilizou, puderam respirar e esperar para ver o futuro da vinha e vinhos. Mas a paixão de James pela natureza e a grande diversidade de espécies à sua volta rapidamente o puseram a pensar em mudar para a agricultura biológica. Queria melhorar os ecossistemas e deixar de usar herbicidas, libertando as videiras da sua dependência de produtos químicos. Entretanto e com o passar dos anos verificaram que as videiras se tornaram mais resistentes a doenças, aprendendo a desembaraçarem-se sozinhas. E para grande felicidade das abelhas da Quinta a variedade de plantas e insetos aumentou significativamente! E que excelentes vinhos daí resultantes! Estão convictos que atingiram um novo grau de complexidade e um espetacular caráter varietal.
Em 2013 plantaram duas novas variedades, ambas Portuguesas e da região: Arinto e Ramisco. Este é mais um passo na concretização do objetivo de terem praticamente só castas portuguesas da região. Depois da ambiciosa conversão de um antigo eucaliptal numa encosta acidentada virada a Norte, planeiam agora plantar videiras que se deem bem em climas frescos, árvores autóctones onde o terreno é muito íngreme e rochoso, e muitas culturas de cobertura para agarrar as terras e melhorar os solos. A vontade do António para experimentar e desafiar limites aliada à tendência de Ann e James de para assumirem riscos e aventurarem-se em novas experiências, prometem um futuro desafiante e cheio de surpresas.
A Terra, Vinificação e Sustentabilidade Integrada
As uvas da Quinta de Sant’Ana são abençoadas por um microclima Atlântico de manhãs frescas e húmidas e tardes quentes. Os solos são compostos predominantemente por calcário, húmido e profundo na base das encostas. Aí se encontram as vinhas cuja uva branca produz vinhos de notável frescura e mineralidade a condizer com o solo. Os tintos são produzidos por cepas plantadas nas zonas mais íngremes, onde a camada de solo é mais superficial.
Na adega, criteriosamente modernizada, as uvas maduras apanhadas à mão são utilizadas para produzir os distintos vinhos, cheios de caráter, espelho perfeito deste encantador recanto em Portugal. A filosofia é reduzir ao mínimo a intervenção enológica deixando que as caraterísticas deste terroir transpareça nos vinhos.
Hoje a Quinta de Sant’Ana está dividida em 12 hectares de vinha, 20 hectares de mata e o resto em jardins, pomares e prados. Para garantir a preservação da fauna, a divisão entre terras “cultivadas” e “silvestres” é bastante vaga. Para além da vinha, plantaram mais de mil árvores diferentes, entre as quais pinheiros mansos, sobreiros, ciprestes, citrinos, oliveiras, pessegueiros e nogueiras.
Acreditam firmemente numa gestão responsável e sustentável da vinha, garantindo a sua saúde e a do solo, não só no presente, mas também para as gerações futuras. A Quinta de Sant`Ana é a casa de Ann, James e dos seus 7 filhos e as vinhas fazem parte do seu ecossistema. E assim, esforçam-se por promover a sua vitalidade e diversidade natural.
Todas as atividades agrícolas são efetuadas em sintonia com a natureza. Têm todo o cuidado para evitar a erosão, incorporando culturas de cobertura e canalizando as águas das chuvas para longe das encostas mais íngremes. Enquanto pasta pela Quinta, o rebanho de ovelhas da raça Suffolk vai controlando as ervas daninhas e adubando a terra.
O zumbido das abelhas e insetos refletem o ambiente saudável onde estes vinhos são produzidos. Métodos de agricultura biológica aliados a uma sustentabilidade integrada estão na base das decisões que tomam. Colheitas com menores rendimentos, mas com uma qualidade visivelmente superior e uma abundante flora de espécies selvagens, ervas aromáticas e gramíneas.
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